domingo, maio 21, 2006

Dee Caffari, a primeira mulher em "wrong way"

A inglesa Dee Caffari, professora de educação física de Hampshire, converteu-se na passada quinta-feira, na primeira mulher a dar a volta ao mundo em vela, sem escalas e com ventos e correntes contrários (“wrong way trip”), seguindo os passos do seu mentor Sir Chay Blyth, que em 1971 foi o primeiro velejador a conseguir tal proeza. Dee Caffari terminou a sua viagem épica a bordo do veleiro Aviva, em Lizard, na Cornualha inglesa, ou melhor na linha imaginária que liga o Cabo Lizard e Ushant na França, depois de ter percorrido cerca de 54 000 km, em 178 dias de navegação solitária.
A viagem em “wrong way” de Caffari teve inicio a 20 de Novembro de 2005, com a saída dada à passagem da linha imaginária entre Lizard e Ushant, depois de atravessar as águas sempre congestionadas do Canal da Mancha, Dee rumou a sul em direcção ao Cabo Horn, ao 17º dia de navegação atravessava, a também imaginária linha do Equador e passado 44 dias de viagem já se encontrava a contornar a América do Sul rumo a oeste, uma das zonas mais perigosas para a navegação. Rumou a oeste serpenteando pelas águas geladas da Antártida em direcção ao continente Austral, contornou o australiano Cabo Leeuviw, em direcção ao tão antigo Cabo das Tormentas, agora Cape of Good Hope para os ingleses que como Caffari procuram no mar os seus maiores desafios. Ao 133º dia, Dee passava o Cabo da Boa Esperança, com a sensação de que a sua pátria natal estava ao virar da esquina, sensação que materializou dia 18 de Maio, quando chegou a solo inglês, depois de uma viagem de 178 dias, 3 horas, 6 minutos e 15 segundos.
Dee Caffari, é primeira mulher a conseguir concluir este desafio, que teve a sua génese na volta ao mundo que Sir Chay Blyth idealizou e concluiu em 1971, na altura Blyth demorou 292 dias para completar a sua viagem sem escalas em “wrong way”. O seu record duraria durante 21 anos, até Mike Golding fazer a sua “wrong way” em apenas 161 dias. Em 2000 o francês Philippe Monnet melhorou o record de Golding em 10 dias, e em 2004 na sua 4ª tentativa para bater o record de Monnet, Jean Luc Van Den Heede estabeleceu um novo máximo de 122 dias, 14 horas, 3 minutos e 49 segundos, a bordo do veleiro Adrien.

quarta-feira, abril 12, 2006

Portugal é o 1º campeão do Mundo de Horseball!

O Horseball não é um Desporto muito conhecido, nem muito divulgado, em Portugal, mas apesar disso o nosso país é uma das principais potências desta modalidade desde os primeiros tempos da sua internacionalização, apenas sendo superado em importância pela França e talvez a Argentina. Contudo o campeonato nacional é disputado apenas por seis equipas, devido a ser um Desporto elitista, pois é disputado a cavalo (como o nome indica). O Horseball foi criado em França durante o final da década de 70, tendo derivado do jogo argentino Pato (que era assim chamado por no início ser jogado com um pato em vez de uma bola, é jogado desde o século XVII), que havia sido introduzido em França nos anos 30 (tendo desaparecido após a segunda Guerra Mundial), mas com regras ligeiramente diferentes e chamado na altura Pato Indoor. Disputa-se num Hipódromo, com dimensões de 20 a 30 metros de largura por 60 a 75 metros de comprimento (sendo as medidas ideais 25 por 65 metros), tem por objectivo introduzir a bola num aro de um metro de diâmetro suspesnso a 4,5 metros do chão, é disputado por equipas de 4 jogadores que só podem marcar golo após fazerem trocas de bola entre três jogadores da equipa, podendo esta tocar no chão mas não entregue em mãos, cada jogador só pode ter a bola em seu poder 10 segundos consecutivos. A bola é da dimensão de uma bola de Futebol, mas rodeada de seis correias para os jogadores a agarrarem. A duração do jogo é de 2 partes de 10 minutos, com intervalo de 3 minutos. Existem 2 árbitros, um a cavalo e outro sentado. Existem 3 tipos de penalidades: faltas inaceitáveis (marcação a 5 metros do aro adversário), faltas graves (marcação a 10 metros do aro adversário) e faltas menores (a equipa que sofre falta recomeça o jogo no local onde a infracção ocorreu). É um Desporto praticado de forma mista (homens e mulheres jogam na mesma equipa), no entanto existem também competições exclusivamente femininas. Alguns jogadores preferem montar cavalos rápidos outros cavalos baixos (para diminuir a dificuldade em apanhar a bola do chão), mas todos escolhem montar cavalos agéis, fortes e obedientes (com capacidades de dressage). A organização que regula o Horseball a nível internacional é a Federation International de Horse-Ball (FIHB, criada em 1999) e é composta por 11 membros (os 8 que participam no campeonato da Europa, Israel, Brasil e Ilhas Caimão), dos quais a Argentina não faz parte e, até ao momento a prova mais importante que realizava era o Campeonato Europeu (desde 1992 e apenas com interregno em 1997 e 2003). A FIHB e a Federación Argentina de Pato chegaram a acordo para realizar a 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pato-Horseball, pois o campeonato fazia todo o sentido ser realizado entre as potências mundiais do Horseball e a Argentina, país onde se joga a versão original que deu origem a este Desporto e naturalmente um dos países com mais potencialidade na sua prática, ficando a organização como responsabilidade das duas entidades e a realização da competição na Argentina em Buenos Aires de 6 a 9 de Abril. As selecções que tomaram parte neste 1º Campeonato do Mundo foram a Argentina (Grupo A, equipa 1), Grã-Bretanha (A2, 4º no último Europeu), Espanha (A3, 3º), Brasil (A4), EUA (A5), França (B1, 1º), Portugal (B2, 5º), Itália (B3, 8º), Áustria (B4, 6º), Alemanha (B5, 7º), o Canadá também compareceu ao certame mas apenas para disputar jogos particulares, de notar a ausência da Bélgica, vice-campeã europeia, da competição. As selecções principais favoritas eram a grande dominadora do Horseball na Europa, a França (que venceu todos os Campeonatos da Europa) e a selecção anfitriã, seguidas num segundo plano por Portugal, Espanha e Itália. O resultado da selecção nacional é ainda mais surpreendente tendo em conta o facto de no ano passado ter alcançado o seu pior resultado de sempre num Campeonato da Europa (5ª posição), o que podia indiciar uma quebra de competitividade de Portugal em relação às outras boas selecções europeias. No entanto a forma pouco convencional em que foi disputado o Campeonato, onde as equipas do mesmo Grupo não se enfrentavam todas e algumas disputavam jogos contra equipas do outro Grupo, levou a que Portugal acabasse por vencer este 1º Campeonato do Mundo, qualificando-se no mesmo Grupo da França sem que a enfrentasse. A França foi impedida de disputar a final apesar de ter ganho todos os jogos que disputou, sendo apenas eliminada na diferença de golos com Portugal, que no caso não serve totalmente como termo de comparação, pois para além de não se enfrentarem também não defrontaram exactamente as mesmas selecções (Portugal jogou com a Áustria e a França com a Alemanha) e contra aquelas que defrontaram em comum a França conseguiu melhores resultados (mais oito golos de diferença que Portugal). Foi através de um resultado anormal de 17-0 contra a Áustria que Portugal se apurou para a final, depois de saber quantos golos de vantagem necessitaria para se apurar. O outro Grupo foi dominado pela Argentina que venceu as três rivais mais fortes do seu grupo. Os quatro primeiros do Grupo B derrotaram nos jogos finais os quatro primeiros do Grupo A. Se as equipas presentes no pódio não deixam dúvidas quanto ao seu mérito, o terceiro lugar da França é provavelmente um resultado abaixo das suas reais capacidades. A selecção nacional foi composta pelos jogadores: Joaquim Mota, Frederico Cannas, Rodolfo Caetano, Luís Matias e Frederico Marques; o seleccionador nacional Afonso Luís; e o membro da comitiva Carlos Fernandes. Os nossos parabéns a todos, que conseguiram este grande feito de conquistar para Portugal o 1º campeonato do Mundo de Horseball. Luis Matias foi ainda o melhor marcador da competição com 14 golos. Os jogos foram disputados em duas partes com a duração de 7 minutos, à excepção da final que foi disputada em duas partes de 10 minutos, com intervalos de 3 minutos. A vitória valia 3 pontos e o empate 1, o desempate era feito pela diferença de golos. Resultados: 6 de Abril (A-B) Grã-Bretanha 0-3 Portugal (A)Argentina 6-4 Espanha (B) França 9-3 Itália (A) Brasil 4-6 EUA (B) Áustria 3-4 Alemanha 7 de Abril (A) Grã-Bretanha 3-5 Espanha (B) Portugal 7-6 Itália (A) Argentina 5-3 EUA (A-B) Brasil 7-1 Áustria (B) França 8-2 Alemanha 8 de Abril (A-B) Grã-Bretanha 3-9 França (B) Portugal 17-0 Áustria (A) Espanha 4-7 EUA (B) Itália 7-2 Alemanha (A) Argentina 6-2 Brasil Grupo A 1. Argentina 9 pts (+8) 2. EUA 6 pts (+3) 3. Brasil 3 pts (0) 4. Espanha 3 pts (-3) 5. Grã-Bretanha 0 pts (-11) Grupo B 1. Portugal 9 pts (+21) 2. França 9 pts (+18) 3. Itália 6 pts (-2) 4. Alemanha 3 pts (-10) 5. Áustria 0 pts (-24) 9 de Abril (Finais) (7-8) Alemanha 8-7 Espanha (5-6) Itália 10-3 Brasil (3-4) França 12-3 EUA (1-2) Portugal 8-7 Argentina Classificação: 1. Portugal 2. Argentina 3. França 4. EUA 5. Itália 6. Brasil 7. Alemanha 8. Espanha 9. Grã-Bretanha 10. Áustria Melhores Marcadores: Luís Matias (Portugal) 14 golos Rodolfo Caetano (Portugal) 11 golos Axel Dumas (EUA), Cristian Goce Alonso (Espanha), Montero Guillermo (Argentina) 10 golos Este ano vai ser também realizada, em Bruxelas (Bélgica), a 13ª edição do Campeonato da Europa, numa competição com um formato “válido”, e aí veremos se Portugal teria ou não capacidade para derrotar a França e conquistar o título mundial de uma forma justa e, qual a prestação que a Bélgica (terceira potência europeia) poderia ter alcançado na competição. A França tem dominado a modalidade e Portugal tem-se mantido como o seu grande seguidor, mas coube a Portugal vencer mais importante competição da modalidade na sua primeira edição. Campeonatos da Europa Local – Ano – 1 – 2 – 3 Paris (FRA) 1992 França – Portugal – Bélgica Londres (GBR) 1993 França – Portugal – Bélgica Golegã (POR) 1994 França – Portugal – Bélgica Malines (BÉL) 1995 França – Bélgica – Portugal Verona (ITÁ) 1996 França – Portugal Verona (ITÁ) 1998 França – Portugal – Bélgica Wells (ÁUS) 1999 França – Portugal – Áustria Wiesbaden (ALE) 2000 França – Bélgica – Itália Paris (FRA) 2001 França – Bélgica – Itália Beja (POR) 2002 França – Bélgica – Portugal Reguengos de Monsaráz (POR) 2004 França – Portugal – Bélgica Vermezzo (ITÁ) 2005 França – Bélgica – Espanha

A história do Augusta National "a Catedral" do Golf

De Fruitland Nurserie a Augusta National Aquele que é hoje, um dos percursos mais míticos do golfe mundial, o Augusta National, começou por ser no início do séc. XIX, um campo de plantação de magnólias, essa será a actividade principal da quinta até 1857, ano em que o barão belga Louis Mathieu Edouard Berckmans comprou a quinta. O barão, formado em medicina, era um entusiasta da horticultura, paixão que compartia com o seu filho Prosper Jules Alphonse Berckmans, que estudou, nas melhores escolas de horticultura de França, antes de emigrarem para a América. Em 1858 fundavam a Berckmans Nurserie, (ficaria conhecida como Fruitland Nurserie) que iria estar em activo até 1918, foi o primeiro grande viveiro hortícola, que surgiu no sudeste dos EUA introduziram uma grande variedade de plantas, árvores e arbustos, que traziam um pouco de todo o mundo para o seu grande “quintal” – desde árvores, de fruto; como a ameixa de Kelsen, o caqui japonês aos mais variados citrinos (como por exemplo o kumquat – uma espécie de laranja em miniatura) passando pela pêra entre muitos outros – introduziram também um número significativo de árvores de produção de madeira ou de jardim; como o pinheiro chinês, camélias (que hoje se espalham por toda a Geórgia), o carvalho de Darlington, Oliveiras de chá . No meio de tanta planta, Prosper ficou conhecido em terras do sul como o “pai do cultivo de pêssego” (“Father of Peach Culture”) devido à sua grande paixão por este fruto e à constante evolução da espécie, feita por ele. No entanto, os sonhos dos Berkmans terminariam com a morte de Prosper em 1910 e que levaria ao encerrar do viveiro, uns anos mais tarde. A obra ficou, e hoje podemos ver as árvores que eles trouxeram no Augusta National, e um pouco por todo o sudeste americano. Foi o “verde” de Fruitland Nurserie, que encantou Bobby Jones, quando em 1931 decidiu criar ali o seu Club de Golf. A propriedade dos Berkmans, cheia de árvores e vegetação, com pequenos promontórios atravessada por diversos riachos, chamava por Bobby, e desde a primeira visita ele soube que era ali que teria de ser feito o seu Club ("Perfect! And to think this ground has been lying here all these years waiting for someone to come along and lay a golf course on it," disse ele na primeira visita). A vontade de dois homens: Jones e Roberts Bobby Jones, não era nenhum desconhecido quando em 1931 adquiriu a quinta onde instalou o seu Club de Golf. Na realidade Robert Tyre "Bobby" Jones II, segundo as crónicas americanas, foi o maior golfista amador de todos os tempos, dominou completamente o golf nos anos 20 – entre 1923 e 1930, ganhou 13 campeonatos denominados “major”, entre eles, 1 US Amateurs, 4 US Opens, 3 British Opens e 1 British Amateur. Em 27 de Setembro de 1930, tornou-se o único homem a ganhar os 4 grandes, numa época, completando assim o “Grand Slam” do golf. Apesar de tanto sucesso, aos 28 anos retirou-se do mundo activo do golf, para se dedicar à família, no entanto na realidade nunca se afastou da sua grande paixão. Em 1931 e 1932, filmou vários documentários educacionais sobre a modalidade (que lhe renderam cerca de US$ 250 000). Através do acordo, com os reconhecidos, A. G. Spalding & Brothers entrou também no design e projecto de vários campos de Golf. Mas o seu maior projecto foi o de Augusta National. O projecto de Augusta, era de tal dimensão que foi preciso recorrer a alguém que domina-se o mundo financeiro, é aí que entra em cena Clifford Roberts um importante homem de negócios Nova-iorquino. O papel de Roberts neste grande projecto, não deve de modo algum ser menosprezado, pois foi ele que na época da Grande Depressão, conseguiu vender o Augusta National, a grandes investidores, que ficaram entusiasmados com a ideia de Bobby e com a eloquência de Roberts. Quando fez a primeira visita àquele, que outrora tinha sido o maior viveiro do Sul, e que jazia agora ao abandono - mas com um imenso verde - Bobby soube desde o primeiro segundo que era aquela a propriedade que procurava para o seu Club. Em 1931, Bobby e Roberts, fecharam negócio e por 70 000 dólares, compraram a Fruitland Nurseries.
O Projecto
Iniciaram de imediato, os projectos para o futuro Club, contrataram o famoso arquitecto, Alister Mackenzie, que em conjunto com Bobby trabalhou no desenho do campo de golf. Contaram ainda com a ajuda preciosa do herdeiro dos Berkmans, Louis Alphonse, que os ajudou a decidir que espécies de plantas deveriam colocar em cada “hole” (buraco). Cada buraco no Augusta National tem o nome da espécie que mais abunda ao longo do seu percurso. Os trabalhos de construção, começaram em 1931 e em finais de 1932 o campo já estava pronto.
De 1934 até 2006
Com o campo pronto, tinham que chegar os torneios, o sonho era albergar o US Open, no entanto por problemas de calendário e clima (o torneio disputava-se no Verão, e Augusta era demasiado quente nessa altura do ano), tiveram que se afastar dessa ideia. Jones então, de forma brilhante, decidiu aproveitar a sua fama na modalidade, e idealizou um torneio anual por convites, em que ele seria o anfitrião. Para criar um maior impacto mediático, Jones comprometeu-se a voltar aos greens para disputar o seu torneio. É assim que nasce o primeiro torneio - Augusta National Invitation Tournament - disputou-se em 34, e desde o primeiro momento foi um êxito, em 1939 passou a chamar-se The Augusta National Masters, e disputava-se no inicio de cada primavera aproveitando o clima temperado da Geórgia. No entanto seria só durante a década de 50 que o Masters de Augusta, passaria a ser um dos “grandes”, para tal muito contribuiu o Presidente Dwight D. Eisenhower, um habitual do Club. Daí para cá, foi um caminho de sucesso, pautado pela originalidade, em 1949, Jones e Roberts criaram a Cerimónia Pós-Torneio, onde o vencedor do ano anterior, “vestia” o novo vencedor com o casaco do Club (o famosíssimo “Green Jacket”). Em 1956, tornou-se o primeiro torneio a ser transmitido pela televisão nacional, CBS. Hoje é o único “grande” que se disputa regularmente no mesmo campo. É a verdadeira “Catedral”, onde todos sonham ganhar, para muito contribuíram e contribuem, também nomes como os de, Ben Hogan, Arnold Palmer, o mítico Jack Nicklaus, Gary Player, Seve Ballesteros, Nick Faldo e o novo herói do golf Tiger Woods.
O presente
Hoje em dia conta com cerca de 300 socios, dos quais pouco se sabe, a maioria serão milionários do petróleo, sabe-se também que são todos homens, e que apenas um será de raça negra (durante muitos anos o Club Augusta National foi acusado de racismo), sabe-se ainda que um dos últimos sócios a chegar ao club foi Bill Gates, o Sr. Microsft. Também pouco se sabe sobre o quanto paga a CBS, para transmitir anualmente o evento, que chega a ter mais de 50 milhões de telespectadores nos EUA, serão concerteza valores de pasmar ao comum dos golfistas! Falando de dinheiro, estima-se que durante o torneio as lojas de merchandising oficial do Masters, façam para cima de 5 milhões de dólares diários em receitas. Os bilhetes para o torneio esgotam cada vez mais cedo, e a "revenda" atinge valores astronómicos.
É o mundo a girar em torno de Augusta National!

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Taça Intercontinental de Hóquei em Patins

Este ano vai voltar a disputar-se a Taça Intercontinental de hóquei em patins, evento que se disputa entre os campeões continentais da Europa e da América do Sul. Esta competição não tem tido uma regularidade anual, desde 1985 (quando foi criada) só se disputaram 7 edições, não sendo disputada desde 2004 quando os campeões de 2003 se enfrentaram. A edição deste ano vai ser disputada por FC Barcelona (Espanha) e Olimpia PC (Argentina), a vitória na competição será disputada num único jogo a realizar no dia 8 de abril no Pavilhão Francisco Laporta em Alcoy (Espanha). Historial da Taça Intercontinental de Hóquei em Patins: 1985 Unión Vecinal de Trinidad (UVT, Argentina) 5-3 5-4 FC Barcelona (Espanha), em 1986 1987 HC Liceo (Espanha) 7-3 17-2 Concepción PC (Argentina), 1987 na Corunha 1988 HC Liceo (Espanha) 11-4 8-2 CD Unión Estudiantil (Argentina), 1989 na Corunha 1991 OC Barcelos (Portugal) 2-1 7-3 Sertãozinho HC (Brasil), 1992 em Sertãozinho 1992 HC Liceo (Espanha) 7-5 11-3 CD Unión Estudiantil (Argentina), 1993 na Corunha 1997 FC Barcelona (Espanha) 13-1 UVT (Argentina), 1998 em Barcelona 2003 HC Liceo (Espanha) 9-1 10-2 CD Unión Estudiantil (Argentina), 2004 em Santiago de Compostela e na Corunha (Trofeo Xacobeo 2004) Como se pode observar facilmente o Liceo da Corunha foi o clube mais empenhado na realização deste torneio, pois de cada vez que se sagrou campeão europeu organizou e venceu a Taça Intercontinental, também a denominando Campeonato do Mundo de Clubes de modo a poder intitular-se campeão do mundo. A Taça Intercontinental teve uma competição antecessora em Sertãozinho no Brasil, que teve a duração de duas edições e se denominava Mundialito de Clubes. A competição não teve muito sucesso. Os seus participantes eram na maioria sul-americanos e na segunda edição nenhum clube dos países de topo do hóquei em patins europeu participou. I Mundialito de Clubes 1983 (Sertãozinho) 1. FC Barcelona (Espanha) 14 pts 2. FC Porto (Portugal) 11 pts 3. Club Manuel de Salas (Chile) 8 pts 4. Sertãozinho HC (Brasil) 7 pts 5. CA Libertador San Martin (Argentina) 7 pts 6. CD Unión Estudiantil (Argentina) 4 pts 7. CD Thomas Bata (Chile) 1 pt 8. A Portuguesa D (Brasil) 1pt II Mundialito de Clubes 1985 (Sertãozinho) 1. Sertãozinho HC (Brasil) 14 pts 2. C Internacional R (Brasil) 14 pts 3. C Português do Recife (Brasil) 12 pts 4. CD Unión Estudiantil (Argentina) 10 pts 5. CD Thomas Bata (Chile) 8 pts 6. CA Libertador San Martin (Argentina) 7 pts 7. Leões de Luanda (Angola) 2 pts 8. RC Villeneuve HC (Suíça) 2 pts 9. A Petro. de Luanda (Angola) 1 pt

terça-feira, janeiro 24, 2006

I Campeonato do Mundo de Clubes (Hóquei em Patins)

As entidades responsáveis pelo hóquei em patins internacional mostraram desejo de evolução na modalidade e empenharam-se na criação de um Campeonato do Mundo de Clubes. Esta prova será organizada pela empresa portuguesa produtora de eventos Wall Street – Publicidade Comunicação e Imagem, Lda (que também vai organizar a Final-Four da Liga Europeia de Clubes em Torres Novas) e decorrrerá de 24 a 30 de Setembro de 2006 no Pavilhão da Cidadela, em Luanda. A prova é reconhecida pelo Comité Internacional de Hóquei em Patins (CIRH) e nela será decidido de forma oficial qual o melhor clube do mundo na prática de hóquei em patins. A ideia da criação deste Campeonato surgiu após o sucesso do Torneio de San Juan de 2004 que foi disputado pelo SL Benfica, AS Bassano Hockey 54, Réus D, Hockey Novara, selecção argentina de sub-20 e selecção de San Juan. O presidente do CIRH, Harro Strucksberg, lançou então uma circular onde manifestava a vontade de criar uma competição entre os melhores clubes do mundo, a organizar de 2 em 2 anos. Durante o último Congresso da Federação Internacional de Desportos Patinados (FIRS) a Federação Angolana de Patinagem avançou com uma proposta para a organização da 1ª edição do evento e recepção favorável. Esta opção foi tomada tendo em conta o desejo de expandir a modalidade em África, sendo que levar lá os melhores clubes do planeta é visto como o melhor "motor" de desenvolvimento. Angola é o país onde o hóquei em patins está mais desenvolvido em África e tem excelentes condições para a prática da modalidade, foi portanto considerada o melhor palco para a realização do evento. A prova será disputada no polémico piso utilizado no Campeonato Mundial de 2005 nos Estados Unidos que será instalado no pavilhão central do complexo desportivo da Cidadela. O recinto tem capacidade para cerca de oito mil espectadores, tendo sido melhorado para os V Jogos da CPLP disputados em 2005. Os clubes que vão disputar pela primeira vez o título de campeão do mundo são: SL Benfica (Portugal) - vice-campeão nacional e finalista da taça de Portugal 2005 (também é o clube a nível mundial com mais anos de prática da modalidade); FC Porto (Portugal) - campeão nacional e vencedor da taça de Portugal 2005; FC Barcelona (Espanha) - campeão nacional, vencedor da taça de Espanha e campeão europeu 2005; Réus Deportiu (Espanha) - vice-campeão nacional 2005; AP Follonica Hockey (Itália) - campeão nacional e vencedor da taça de Itália 2005; AS Bassano Hockey'54 (Itália) - vice-campeão nacional e finalista da taça de Itália 2005; Atlético Petróleos de Luanda (Petro de Luanda, Angola) - campeão nacional 2005; GD Juventude de Viana (ex- GD ENAMA de Viana, Angola) - representante indicado pela federação; Olimpia PC Trinidad (Argentina) - campeão nacional e sul-americano 2005; Representante do Brasil; Representante de Moçambique; Representante de Alemanha, França ou Suíça. As 12 equipas serão dividas numa primeira fase em 3 grupos de 4 equipas, apurando-se para a fase final as melhores equipas de cada grupo, onde disputarão o título num sistema de todos contra todos. O campeonato do mundo será transmitido pela Televisão Pública de Angola (TPA). Estão agendadas duas apresentações da competição, a primeira no Palau Blaugrana, em Barcelona (Espanha) e a segunda em Lisboa. As despesas da competição, das viagens e estadias das equipas serão sustentadas por investimento privado que distribuirá também prémios monetários aos quatro primeiros classificados. Esperemos agora que este seja um passo firme no desenvolvimento e divulgação da modalidade. É desejável que no futuro todos os continentes possam ter o seu representante na competição sem que isso impeça a continuidade das melhores equipas dos países mais representativos do hóquei em patins. Resta-me desejar boa sorte para as entidades que promovem o hóquei em patins e que a competição tenha a continuidade desejada.

sábado, janeiro 14, 2006

David Meca o "homem peixe" da Catalunha

De Javea a Ibiza em 26 horas Dia 5 de Janeiro de 2006, pelas 11:35 (CET) chegava a San António, Ibiza, David Meca.Meca, não optou por ir de avião nem de barco como faria o comum dos turistas. Meca talvez obcecado pelo excesso de poluição que as nossas sociedades enfrentam optou por fazer a viagem a Nado. Uma atitude sensata pensarão vocês!
Para aqueles que ainda não deram conta do tamanho da façanha do nadador Espanhol, da Península, á mais noctívaga das baleares são cerca de uma centena de quilómetros.Para entender melhor o sentido desta viagem é necessário conhecermos melhor o nadador. Meca é um daqueles desportistas, que sabem como poucos o que é o deporto e quão duro pode ser o caminho até ao estrelato, desde cedo se habituou a passar 6 a 8 horas por dia dentro de água.
Como o nadador Catalão, há imensos desportistas no nosso país que passam horas e horas a treinar para que a maioria dos portugueses julguem o seu trabalho apenas pelo número de medalhas que conseguem num Campeonato Europeu ou nuns Jogos Olímpicos. Desporto, não são só as grandes competições mas sim a superação diária. Nesse campo temos em Portugal autênticos Heróis, que treinam sem as condições mínimas e desesperam pelas insuficientes bolsas de alta competição.
Com cerca de 32 anos, Meca tem um currículo impressionante, fosse ele americano e seria um dos que mais ganharia em publicidade, pois o que este senhor faz é digno de filme. Meca foi dos poucos a fugir da Prisão de Alcatraz, atravessando a baía rumo a São Francisco, no entanto como qualquer preso que tentava fugir da Fortaleza ele também fez a travessia com as pernas acorrentadas. Atravessou o Canal da Mancha por mais de uma vez tentando superar o record de Chad Hundeby - feito que ainda não conseguiu, ligou as ilhas Canárias de La Gomera e Tenerife, e claro atravessou o estreito de Gibraltar. Tentou ainda encontrar o monstro do Loch Ness, no entanto as aguas gélidas, cerca de 5º e as péssimas condições meteorológicas revelaram-se um obstáculo demasiado grande, para levar a cabo a travessia com sucesso, depois de cinco horas a nadar começou a sentir os efeitos da hipotermia, e apesar das fortes dores nas mãos e cara, negava-se a abandonar a travessia, teve mesmo que ser enganado pela seu staff para abandonar.
Para ligar Jávea, província de Alicante a San António, Ibiza não foi necessário enganá-lo para desistir, pois fez os 110 kms de ligação – mais de 1 milhão de braçadas – em menos de 26 horas. Pelo caminho ficaram os cerca de 8 quilos que perdeu – quase tantos como os que teve que engordar para ganhar a gordura corporal suficiente para combater o frio e o desgaste físico. Como se advinha a travessia não foi fácil, teve que suportar as fortes correntes, o frio – que lhe provocou sintomas de hipotermia e um princípio de congelamento no ombro esquerdo. E, talvez os seus dois maiores inimigos dentro do mar – as medusas – que não pararam de lhe atacar a cara a única parte que sobressaía do fato, feito especialmente para esta jornada épica – e a escuridão profunda (pois a certa altura da noite os holofotes dos barcos de assistência pareceram coligar-se e falharam em uníssono) em pleno mar, algo que o assusta profundamente. Ao longo do percurso, o único combustível que o tuburão Catalão utilizou, foram as bananas Canárias e cerca de 30 litros de água e bebida isótonica. E assim lá se passou o tempo até chegar a Ibiza…
*Para além deste conjunto de desafios David Meca é o actual campeão mundial dos 25kms natação em águas abertas. Em 2003, em Barcelona, em águas que bem conhece foi 2º nos 25kms e 3º nos 10kms. E participou em mais de 30 eventos internacionais de natação. Em águas abertas nadou nos locais mais extremos, como por exemplo no Amazonas, rodeado de Piranhas.