quarta-feira, janeiro 25, 2006

Taça Intercontinental de Hóquei em Patins

Este ano vai voltar a disputar-se a Taça Intercontinental de hóquei em patins, evento que se disputa entre os campeões continentais da Europa e da América do Sul. Esta competição não tem tido uma regularidade anual, desde 1985 (quando foi criada) só se disputaram 7 edições, não sendo disputada desde 2004 quando os campeões de 2003 se enfrentaram. A edição deste ano vai ser disputada por FC Barcelona (Espanha) e Olimpia PC (Argentina), a vitória na competição será disputada num único jogo a realizar no dia 8 de abril no Pavilhão Francisco Laporta em Alcoy (Espanha). Historial da Taça Intercontinental de Hóquei em Patins: 1985 Unión Vecinal de Trinidad (UVT, Argentina) 5-3 5-4 FC Barcelona (Espanha), em 1986 1987 HC Liceo (Espanha) 7-3 17-2 Concepción PC (Argentina), 1987 na Corunha 1988 HC Liceo (Espanha) 11-4 8-2 CD Unión Estudiantil (Argentina), 1989 na Corunha 1991 OC Barcelos (Portugal) 2-1 7-3 Sertãozinho HC (Brasil), 1992 em Sertãozinho 1992 HC Liceo (Espanha) 7-5 11-3 CD Unión Estudiantil (Argentina), 1993 na Corunha 1997 FC Barcelona (Espanha) 13-1 UVT (Argentina), 1998 em Barcelona 2003 HC Liceo (Espanha) 9-1 10-2 CD Unión Estudiantil (Argentina), 2004 em Santiago de Compostela e na Corunha (Trofeo Xacobeo 2004) Como se pode observar facilmente o Liceo da Corunha foi o clube mais empenhado na realização deste torneio, pois de cada vez que se sagrou campeão europeu organizou e venceu a Taça Intercontinental, também a denominando Campeonato do Mundo de Clubes de modo a poder intitular-se campeão do mundo. A Taça Intercontinental teve uma competição antecessora em Sertãozinho no Brasil, que teve a duração de duas edições e se denominava Mundialito de Clubes. A competição não teve muito sucesso. Os seus participantes eram na maioria sul-americanos e na segunda edição nenhum clube dos países de topo do hóquei em patins europeu participou. I Mundialito de Clubes 1983 (Sertãozinho) 1. FC Barcelona (Espanha) 14 pts 2. FC Porto (Portugal) 11 pts 3. Club Manuel de Salas (Chile) 8 pts 4. Sertãozinho HC (Brasil) 7 pts 5. CA Libertador San Martin (Argentina) 7 pts 6. CD Unión Estudiantil (Argentina) 4 pts 7. CD Thomas Bata (Chile) 1 pt 8. A Portuguesa D (Brasil) 1pt II Mundialito de Clubes 1985 (Sertãozinho) 1. Sertãozinho HC (Brasil) 14 pts 2. C Internacional R (Brasil) 14 pts 3. C Português do Recife (Brasil) 12 pts 4. CD Unión Estudiantil (Argentina) 10 pts 5. CD Thomas Bata (Chile) 8 pts 6. CA Libertador San Martin (Argentina) 7 pts 7. Leões de Luanda (Angola) 2 pts 8. RC Villeneuve HC (Suíça) 2 pts 9. A Petro. de Luanda (Angola) 1 pt

terça-feira, janeiro 24, 2006

I Campeonato do Mundo de Clubes (Hóquei em Patins)

As entidades responsáveis pelo hóquei em patins internacional mostraram desejo de evolução na modalidade e empenharam-se na criação de um Campeonato do Mundo de Clubes. Esta prova será organizada pela empresa portuguesa produtora de eventos Wall Street – Publicidade Comunicação e Imagem, Lda (que também vai organizar a Final-Four da Liga Europeia de Clubes em Torres Novas) e decorrrerá de 24 a 30 de Setembro de 2006 no Pavilhão da Cidadela, em Luanda. A prova é reconhecida pelo Comité Internacional de Hóquei em Patins (CIRH) e nela será decidido de forma oficial qual o melhor clube do mundo na prática de hóquei em patins. A ideia da criação deste Campeonato surgiu após o sucesso do Torneio de San Juan de 2004 que foi disputado pelo SL Benfica, AS Bassano Hockey 54, Réus D, Hockey Novara, selecção argentina de sub-20 e selecção de San Juan. O presidente do CIRH, Harro Strucksberg, lançou então uma circular onde manifestava a vontade de criar uma competição entre os melhores clubes do mundo, a organizar de 2 em 2 anos. Durante o último Congresso da Federação Internacional de Desportos Patinados (FIRS) a Federação Angolana de Patinagem avançou com uma proposta para a organização da 1ª edição do evento e recepção favorável. Esta opção foi tomada tendo em conta o desejo de expandir a modalidade em África, sendo que levar lá os melhores clubes do planeta é visto como o melhor "motor" de desenvolvimento. Angola é o país onde o hóquei em patins está mais desenvolvido em África e tem excelentes condições para a prática da modalidade, foi portanto considerada o melhor palco para a realização do evento. A prova será disputada no polémico piso utilizado no Campeonato Mundial de 2005 nos Estados Unidos que será instalado no pavilhão central do complexo desportivo da Cidadela. O recinto tem capacidade para cerca de oito mil espectadores, tendo sido melhorado para os V Jogos da CPLP disputados em 2005. Os clubes que vão disputar pela primeira vez o título de campeão do mundo são: SL Benfica (Portugal) - vice-campeão nacional e finalista da taça de Portugal 2005 (também é o clube a nível mundial com mais anos de prática da modalidade); FC Porto (Portugal) - campeão nacional e vencedor da taça de Portugal 2005; FC Barcelona (Espanha) - campeão nacional, vencedor da taça de Espanha e campeão europeu 2005; Réus Deportiu (Espanha) - vice-campeão nacional 2005; AP Follonica Hockey (Itália) - campeão nacional e vencedor da taça de Itália 2005; AS Bassano Hockey'54 (Itália) - vice-campeão nacional e finalista da taça de Itália 2005; Atlético Petróleos de Luanda (Petro de Luanda, Angola) - campeão nacional 2005; GD Juventude de Viana (ex- GD ENAMA de Viana, Angola) - representante indicado pela federação; Olimpia PC Trinidad (Argentina) - campeão nacional e sul-americano 2005; Representante do Brasil; Representante de Moçambique; Representante de Alemanha, França ou Suíça. As 12 equipas serão dividas numa primeira fase em 3 grupos de 4 equipas, apurando-se para a fase final as melhores equipas de cada grupo, onde disputarão o título num sistema de todos contra todos. O campeonato do mundo será transmitido pela Televisão Pública de Angola (TPA). Estão agendadas duas apresentações da competição, a primeira no Palau Blaugrana, em Barcelona (Espanha) e a segunda em Lisboa. As despesas da competição, das viagens e estadias das equipas serão sustentadas por investimento privado que distribuirá também prémios monetários aos quatro primeiros classificados. Esperemos agora que este seja um passo firme no desenvolvimento e divulgação da modalidade. É desejável que no futuro todos os continentes possam ter o seu representante na competição sem que isso impeça a continuidade das melhores equipas dos países mais representativos do hóquei em patins. Resta-me desejar boa sorte para as entidades que promovem o hóquei em patins e que a competição tenha a continuidade desejada.

sábado, janeiro 14, 2006

David Meca o "homem peixe" da Catalunha

De Javea a Ibiza em 26 horas Dia 5 de Janeiro de 2006, pelas 11:35 (CET) chegava a San António, Ibiza, David Meca.Meca, não optou por ir de avião nem de barco como faria o comum dos turistas. Meca talvez obcecado pelo excesso de poluição que as nossas sociedades enfrentam optou por fazer a viagem a Nado. Uma atitude sensata pensarão vocês!
Para aqueles que ainda não deram conta do tamanho da façanha do nadador Espanhol, da Península, á mais noctívaga das baleares são cerca de uma centena de quilómetros.Para entender melhor o sentido desta viagem é necessário conhecermos melhor o nadador. Meca é um daqueles desportistas, que sabem como poucos o que é o deporto e quão duro pode ser o caminho até ao estrelato, desde cedo se habituou a passar 6 a 8 horas por dia dentro de água.
Como o nadador Catalão, há imensos desportistas no nosso país que passam horas e horas a treinar para que a maioria dos portugueses julguem o seu trabalho apenas pelo número de medalhas que conseguem num Campeonato Europeu ou nuns Jogos Olímpicos. Desporto, não são só as grandes competições mas sim a superação diária. Nesse campo temos em Portugal autênticos Heróis, que treinam sem as condições mínimas e desesperam pelas insuficientes bolsas de alta competição.
Com cerca de 32 anos, Meca tem um currículo impressionante, fosse ele americano e seria um dos que mais ganharia em publicidade, pois o que este senhor faz é digno de filme. Meca foi dos poucos a fugir da Prisão de Alcatraz, atravessando a baía rumo a São Francisco, no entanto como qualquer preso que tentava fugir da Fortaleza ele também fez a travessia com as pernas acorrentadas. Atravessou o Canal da Mancha por mais de uma vez tentando superar o record de Chad Hundeby - feito que ainda não conseguiu, ligou as ilhas Canárias de La Gomera e Tenerife, e claro atravessou o estreito de Gibraltar. Tentou ainda encontrar o monstro do Loch Ness, no entanto as aguas gélidas, cerca de 5º e as péssimas condições meteorológicas revelaram-se um obstáculo demasiado grande, para levar a cabo a travessia com sucesso, depois de cinco horas a nadar começou a sentir os efeitos da hipotermia, e apesar das fortes dores nas mãos e cara, negava-se a abandonar a travessia, teve mesmo que ser enganado pela seu staff para abandonar.
Para ligar Jávea, província de Alicante a San António, Ibiza não foi necessário enganá-lo para desistir, pois fez os 110 kms de ligação – mais de 1 milhão de braçadas – em menos de 26 horas. Pelo caminho ficaram os cerca de 8 quilos que perdeu – quase tantos como os que teve que engordar para ganhar a gordura corporal suficiente para combater o frio e o desgaste físico. Como se advinha a travessia não foi fácil, teve que suportar as fortes correntes, o frio – que lhe provocou sintomas de hipotermia e um princípio de congelamento no ombro esquerdo. E, talvez os seus dois maiores inimigos dentro do mar – as medusas – que não pararam de lhe atacar a cara a única parte que sobressaía do fato, feito especialmente para esta jornada épica – e a escuridão profunda (pois a certa altura da noite os holofotes dos barcos de assistência pareceram coligar-se e falharam em uníssono) em pleno mar, algo que o assusta profundamente. Ao longo do percurso, o único combustível que o tuburão Catalão utilizou, foram as bananas Canárias e cerca de 30 litros de água e bebida isótonica. E assim lá se passou o tempo até chegar a Ibiza…
*Para além deste conjunto de desafios David Meca é o actual campeão mundial dos 25kms natação em águas abertas. Em 2003, em Barcelona, em águas que bem conhece foi 2º nos 25kms e 3º nos 10kms. E participou em mais de 30 eventos internacionais de natação. Em águas abertas nadou nos locais mais extremos, como por exemplo no Amazonas, rodeado de Piranhas.